Penso no amanhã. Penso no agora.
Penso a qualquer tempo. Penso toda hora.
Penso no que é certo. Penso no que é errado.
Penso no que espero e no inesperado.
Penso no amor e na profissão.
Penso sem saber, ou com convicção.
Penso no caminho. Penso na jornada.
Penso, se sozinha. Penso acompanhada.
Penso no tudo.
Penso no nada.
Penso na vida.
Penso na estrada.
Penso em qualquer coisa.
Penso em coisa alguma.
Penso, penso, penso,
E não chego a lugar nenhum.
Divã
Minhas incertezas, medos e frustrações me consumiam. – Alô? Gostaria de marcar uma consulta. Lá estava eu a caminho do Jardim Botânico. Nervosismo. Curiosidade. Chego. Sento no sofá. Blá, blá, blá, até que as verdades, ou apenas a verdade, pulasse para fora de mim. Naquele momento ela entrou na minha vida.
Toda semana era assim. Eu falando de uma desconhecida (eu mesma) para outra desconhecida (ela). Com o tempo fomos nos conhecendo melhor. Eu, conhecia a mim mesma. Ela, conhecia a mim. Eu, era dor e medo. Ela, cumplicidade e segredo.
A cadeira em que sentava, antes desconfortável, foi tornando-se praticamente uma nuvem do céu. Ao sentar me sentia como se estivesse ouvindo a voz dos anjos.
Anjo desconhecido, enviado por Deus. Não sabia de onde ela vinha, do que gostava. Se preferia cinema ou teatro. Se era louca, se era santa. Adulta, criança. Mas havia coisas que eu sabia. Sabia a cara que fazia quando estava surpresa. A forma que seus olhos me diziam que eu estava fazendo tudo errado. Sabia a maneira que ria quando achava algo engraçado e a expressão de seu rosto quando queria me dizer que ia ficar tudo bem.
Aquele ponto de interrogação que sentava-se diante de mim transformou-se no meu Prozac, meu Dormonid. Por mais que não a conhecesse, sabia do bem que me fazia.
A ela agradeço por ter me feito inúmeras perguntas que não soube responder. Por ter enxugado minhas lágrimas mesmo quando não escorregavam pelo meu rosto. Ou, tê-las enxugado, mesmo que de longe, quando não se continham dentro dos meus olhos. Agradeço por ter acalmado meu coração quando eu sentia que ia explodir dentro de mim; e tê-lo reconstruído quando se quebrou em mil pedaços. Agradeço por ter me entendido mesmo quando as palavras saíram desordenadas de minha boca e, querendo dizer alguma coisa, eu não dizia nada. Agradeço por simplesmente iluminar minha estrada todos os dias.
Há quem diga que ser anjo da guarda é apenas uma profissão. Para mim, é uma dádiva, um presente (presente meu, é claro).
Toda semana era assim. Eu falando de uma desconhecida (eu mesma) para outra desconhecida (ela). Com o tempo fomos nos conhecendo melhor. Eu, conhecia a mim mesma. Ela, conhecia a mim. Eu, era dor e medo. Ela, cumplicidade e segredo.
A cadeira em que sentava, antes desconfortável, foi tornando-se praticamente uma nuvem do céu. Ao sentar me sentia como se estivesse ouvindo a voz dos anjos.
Anjo desconhecido, enviado por Deus. Não sabia de onde ela vinha, do que gostava. Se preferia cinema ou teatro. Se era louca, se era santa. Adulta, criança. Mas havia coisas que eu sabia. Sabia a cara que fazia quando estava surpresa. A forma que seus olhos me diziam que eu estava fazendo tudo errado. Sabia a maneira que ria quando achava algo engraçado e a expressão de seu rosto quando queria me dizer que ia ficar tudo bem.
Aquele ponto de interrogação que sentava-se diante de mim transformou-se no meu Prozac, meu Dormonid. Por mais que não a conhecesse, sabia do bem que me fazia.
A ela agradeço por ter me feito inúmeras perguntas que não soube responder. Por ter enxugado minhas lágrimas mesmo quando não escorregavam pelo meu rosto. Ou, tê-las enxugado, mesmo que de longe, quando não se continham dentro dos meus olhos. Agradeço por ter acalmado meu coração quando eu sentia que ia explodir dentro de mim; e tê-lo reconstruído quando se quebrou em mil pedaços. Agradeço por ter me entendido mesmo quando as palavras saíram desordenadas de minha boca e, querendo dizer alguma coisa, eu não dizia nada. Agradeço por simplesmente iluminar minha estrada todos os dias.
Há quem diga que ser anjo da guarda é apenas uma profissão. Para mim, é uma dádiva, um presente (presente meu, é claro).
LADOiS
Meu lado que ama, meu lado que odeia.
Um lado quer, o outro esperneia.
Meu lado rancor, meu lado perdão.
Um lado que grita, o outro que é em vão.
Meu lado adulta, meu lado criança.
Um lado desiste, o outro é esperança.
Meu lado que é bom, meu lado que é mal.
Um lado é comum, o outro anormal.
Meu lado que ve, meu lado que é cego.
Um lado admiro, o outro eu nego.
Meu lado imatura, meu lado que é pronto.
O lado que quero, o lado que encontro.
Meu lado que é rico, meu lado que é pobre.
Um lado engrandece, o outro me engole.
Meu lado que ri, meu lado que chora.
Uma lado desdenha, o outro implora.
Meu lado que fica, meu lado que vai.
Um lado que é cheio, o outro que esvai.
Meu lado com fé, meu lado ateu.
São sempre dois lados, mas ambos sou eu.
Um lado quer, o outro esperneia.
Meu lado rancor, meu lado perdão.
Um lado que grita, o outro que é em vão.
Meu lado adulta, meu lado criança.
Um lado desiste, o outro é esperança.
Meu lado que é bom, meu lado que é mal.
Um lado é comum, o outro anormal.
Meu lado que ve, meu lado que é cego.
Um lado admiro, o outro eu nego.
Meu lado imatura, meu lado que é pronto.
O lado que quero, o lado que encontro.
Meu lado que é rico, meu lado que é pobre.
Um lado engrandece, o outro me engole.
Meu lado que ri, meu lado que chora.
Uma lado desdenha, o outro implora.
Meu lado que fica, meu lado que vai.
Um lado que é cheio, o outro que esvai.
Meu lado com fé, meu lado ateu.
São sempre dois lados, mas ambos sou eu.
Antonia
Quando ela saiu de casa não tinha pretensão alguma de coisa qualquer fazer. Parou em frente ao mar e sentiu-se pequena ao observá-lo. O brilho da lua refletia o mar. E o brilho de seus olhos refletia a alma. Ninguém sabia que ela estava de partida. Não mudava de país, cidade, bairro, endereço. O que se despedia era Antonia. Morria. Mas apenas uma parte dela. Não por sua escolha consciente. Talvez por desistência. O amor ocupava cada pedaço de seu corpo. O vazio, também. Vagueava a vida. Sem ver. Estava cega. Estava entregue. Se Deus tivesse a levado e não apenas sua alma...
Gosto de ti
Gosto de
você.
Do seu
jeito.
Meio
insano, meio tirano, meio torto.
Engraçado,
atrapalhado, meio louco.
Meio
estranho, que se entranha, meio morto.
Gosto de
você.
Do seu
jeito.
Quando
dança, quando canta, quando fala.
Que me
encanta, que me espanta, que me intala.
Se me
abraça, se me beija ou se me mata.
Quando
chega e me engana e me maltrata.
Sem título
E ja não era
mais época dela ter aquele tipo de recordação. Enquanto mudava os canais, como
se procurasse alguma coisa para assistir, na verdade não queria era assistir
nada. Era como se estivesse absorta dentro de seus pensamentos, mas também sem
saber muito bem o que pensava. Aquela confusão mental nada mais era que, que...
nem mesmo ela sabia dizer.
Por aquele amor, o incorreto tornou-se correto, ruim tornou-se bom, minutos tornaram-se horas e as horas tornaram-se minutos, preto virou branco, “fique aqui comigo” tornou-se “vamos fugir juntos?”, “me liga amanha?” tornou-se “não saia de perto de mim”. Mas mais do que isso, “tenha mais amor próprio” tornou-se “eu te amo”, “a monogamia nao existe” tornou-se “eu te respeito” e “não me traia” tornou-se “eu te perdoo”.
Mas ela já era uma mulher experiente e sabia que a verdade já não mais existia. A fidelidade, o bom, o certo, eram criaçoes. E o ser era apenas estar. A única certeza que tinha naquele momento era o tempo, a transformação e a formação de novos conceitos. E quando fechou os olhos para dormir, não queria mais nada disso, queria apenas ser feliz.
Desde novinha
sempre soube o que queria. Já podia fechar os olhos e ouvir os badalos do sino
da igreja tocando. Mas eram seus próprios olhos que fechava ou eram os olhos da
família, dos amigos, do mundo convencional? Não importava que olhos eram, o que
importava era que quando surgia o breu do tocar das pálpebras, havia um sonho.
E se havia um sonho, havia uma certeza.
Relacionamentos
não eram um problema, tampouco uma solução. Sempre levara seus amores de uma
forma pacata, sensata e correta. Correta, é claro, dentro da concepção de
correto que havia criado em sua cabeça.
Sendo sempre
aquela pessoa coerente e racional, nunca pensou que se apaixonaria dessa
forma por um alguém tão diferente, ou tão igual a ela.
21hrs da noite,
chegou no bar a que ia sempre com os seus amigos. Conversou com várias pessoas,
mas não sabia que se apaixonaria por um certo alguém que se misturava no meio
da multidão. Foi embora. Alguns dias depois já tinha uma relação de afeto
que foi crescendo cada dia, despercebidamente.
Era tão
inusitada aquela paixão, que aquela forma pacata, sensata e correta de se
relacionar transformou-se em palpitações, calores, saudades e angústia. As
horas começaram a passar mais devagar e aquele sentimento crescia. Mas como era
possível ter se apaixonado por alguém como aquela pessoa?
Nada mais disso
importava. O porquê, o como, o quando... Para que cogitar no que haveria se
transformado se nada daquilo tivesse acontecido? Ela era quem era, e não
precisava de uma definição, de um rótulo. Ou, pelo menos, ela queria acreditar
que não precisava.
Tentava medir o
tempo que havia passado, o tempo que havia perdido. Tentava medir o medo que
havia sentido e que sentia.
A decepção havia
tomado conta de seu ser. Era, praticamente, a mágoa personificada. Ser traída
era uma coisa que não pensava ser possível, não naquelas circunstâncias. Havia
sido traída pelo seu amor, mas também havia traído todos os conceitos que
guardava dentro de si, todas as certezas que havia tido algum dia.
Por aquele amor, o incorreto tornou-se correto, ruim tornou-se bom, minutos tornaram-se horas e as horas tornaram-se minutos, preto virou branco, “fique aqui comigo” tornou-se “vamos fugir juntos?”, “me liga amanha?” tornou-se “não saia de perto de mim”. Mas mais do que isso, “tenha mais amor próprio” tornou-se “eu te amo”, “a monogamia nao existe” tornou-se “eu te respeito” e “não me traia” tornou-se “eu te perdoo”.
Como seria isso
possível? O mundo estava às avessas. Enquanto tentava segurar todas as verdades
em suas mãos elas escorriam por entre os dedos.
E ja não era
mais época dela ter aquele tipo de recordação. Enquanto mudava os canais, como
se procurasse alguma coisa para assistir, na verdade não queria era assistir
nada. É como se estivesse absorta dentro de seus pensamentos, mas também sem
saber muito bem o que pensava. Aquela confusão mental nada mais era que,
que... a busca pela verdade.
Mas ela já era uma mulher experiente e sabia que a verdade já não mais existia. A fidelidade, o bom, o certo, eram criaçoes. E o ser era apenas estar. A única certeza que tinha naquele momento era o tempo, a transformação e a formação de novos conceitos. E quando fechou os olhos para dormir, não queria mais nada disso, queria apenas ser feliz.
Conversa com ele
- Amém... Aonde você está indo? Não percebe que está andando na contramão novamente? Olhe para frente. Não tenha medo. Eu sei que parece difícil. Irei te ajudar. Espera muito de mim. As vezes pareço não te ouvir. Não me entenda mal! Quero que pense. Quero que sinta. Quero que ouse. Quero que espere mais de você! Não é você que gosta do difícil? Cadê sua coragem? Esqueceu em algum lugar? Refaça seu caminho. Encontre-a. Sei que você consegue. Entendeu? Coloque isso na sua cabeça. Você consegue! Você consegue! Saia dessa cama, se descubra. Se descubra. Está ficando mais calma? Respire fundo. Vai dar tudo certo. Estaremos juntos nessa. Eu aqui em cima, você, aí embaixo.
Você (eu)
Paro.
Penso. Questiono. Exito.
Respiro.
Angustío. Choro. Alivío.
Durmo.
Acordo. Dúvido. Me importo.
Me
perco. Me acho. Sorrío e espero.
Te
encontro.
Me aflita, me testa, me olha e se abesta.
Me aflita, me testa, me olha e se abesta.
Me ama e
me engana.
Mas
mesmo que insana,
É a mim
que desejas.
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