Antonia

Quando ela saiu de casa não tinha pretensão alguma de coisa qualquer fazer. Parou em frente ao mar e sentiu-se pequena ao observá-lo. O brilho da lua refletia o mar. E o brilho de seus olhos refletia a alma. Ninguém sabia que ela estava de partida. Não mudava de país, cidade, bairro, endereço. O que se despedia era Antonia. Morria. Mas apenas uma parte dela. Não por sua escolha consciente. Talvez por desistência. O amor ocupava cada pedaço de seu corpo. O vazio, também. Vagueava a vida. Sem ver. Estava cega. Estava entregue. Se Deus tivesse a levado e não apenas sua alma...