E no
silêncio do meu quarto me deparo diante de mim mesma. Sinto como se
estivesse passando por uma neblina. Concentro-me para tentar enxergar. Sinto
medo, pois não consigo ver o caminho. Sei que há curvas mas não sei para que
lado virar.
Então, paro
no acostamento. Não procuro mais respostas.
Procuro um ponto de equilíbrio. Eu poderia me arriscar. Continuar na estrada e
aventurar-me passando em meio a neblina. Talvez encontrasse uma linda vista a
minha espera. Mas a razão me faz parar. Afinal, acidentes na estrada são
comuns, não é? Sei que as vezes, por uma milagre de Deus ou simplesmente sorte,
saímos ilesos. Mas não posso e não quero correr o risco de machucar ninguém.
Vou ficar
aqui. Dentro do carro. Até que a neblina vá embora e eu possa continuar o meu
caminho. Sem riscos, sem medo, sem dúvida. A espera pode ser, ou é sempre,
dolorosa. Mas eu aguento. E quando o momento de partir chegar, arrancarei com o
carro. Com os vidros abertos e o ar puro soprando meu rosto. Aproveitarei cada
segundo da estrada. E quando a linda vista aparecer, eu
saberei que a espera valeu a pena.